Dia do Rádio
Quem me conhece sabe que sou amante do rádio. Minhas lembranças de infância em Itapira remetem a momentos em que sozinho ficava no quintal de minha casa sintonizando num rádio grande de meu pai as principais emissoras de São Paulo. Cresci ouvindo as narrações de Osmar Santos, o melhor de todos os tempos, e sonhava em um dia trabalhar ao lado de Osmar na rádio Globo, emissora pela qual sempre fui apaixonado. Influenciado pelo “pai da matéria” me arriscava a imitá-lo nas narrações dos meus intermináveis campeonatos de futebol de botão. Sonhava em ser narrador de futebol e trabalhar no rádio esportivo. Graças a Deus realizei meu sonho. Trabalhei como narrador nas rádios de Mogi Mirim, Campinas, e me transformei em repórter. Continuei trabalhando no rádio sem imaginar que um dia pudesse chegar à televisão. Não era o objetivo. Queria mesmo era trabalhar no rádio. Esse veículo mágico que mexe com a imaginação das pessoas. Inimaginável era trabalhar com Fiori Gigliotti, considerado no interior de São Paulo, o “Pelé” do rádio. Jamais esquecerei da primeira transmissão ao lado de Fiori e me emociono ao lembrar quando o mestre disse com carinho ao me apresentar na rádio Record.“ Carlos Cereto, o moço de Itapira, torcida brasileira.” Anos depois realizei o sonho de trabalhar na rádio Globo, ao lado do meu querido amigo Oscar Ulisses, dono do gol mais bonito do rádio, irmão de Osmar Santos, que infelizmente, por causa de um acidente, não estava mais na ativa. Mesmo assim, conviver com Osmar, exemplo de superação em sua luta pela vida é uma experiência que vou levar pra sempre no meu coração. Hoje trabalho na televisão, mas considero o rádio a verdadeira escola do jornalismo esportivo. Amo esse veículo de paixão e ficaria horas falando sobre ele. Que essas poucas mal traçadas linhas sirvam de singela homenagem ao dia do Rádio e a todos que fazem desse veículo de comunicação o companheiro inseparável de todos os dias, o veículo mágico que vai continuar mexendo com a nossa imaginação.
Fonte: Blog Por dentro do jogo por Carlos Cereto